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MISSISSIPI EM CHAMAS - 21 de Março - Dia Internacional de Luta Pela Eliminação da Discriminação Racial. Ótima Oportunidade Para Aplicar a Lei 10.639/03.


      O dia 21 de março marca o aniversário do massacre de 69 manifestantes contra o apartheid no subúrbio segregado de Sharpeville, na África do Sul, pela polícia do país, ocorrido no ano de 1960. Por mais datas que possam clamar por conscientização no sentido de se erradicar o racismo, a verdade é que esta semente não deixa de germinar. Mas, enfim, estamos aqui a persistir na busca de um mundo mais justo e igualitário e lembrando a nós mesmos, a cada manhã, que a utopia não pode fenecer. Então, façamos nossa parte!
      Poderia como forma de chamar a atenção para a importância desta data, indicar um filme sobre a África do Sul já que o elemento que simboliza a data é o massacre de Sharpeville. Mas depois da Copa do Mundo, muitas propostas de trabalho já se desenvolveram em cima do apartheid. Logo, pensei em buscar outro ponto do planeta onde a discriminação racial se fez bem presente: os Estados Unidos, mais precisamente, o sul do país. Apesar de ser tão decantado por sua democracia e propalada liberdade, essa terra foi berço de uma segregação que se manteve presente até bem pouco tempo em termos históricos.
      Escolhi o filme Mississipi em Chamas para propor uma atividade. Outros filmes tratam desse tema e farei algumas indicações mais adiante. Porém, creio que ele retrata bem uma época. Gosto do filme. Meu objetivo aqui não é elaborar uma crítica sobre o mesmo. Esse não é meu papel. Mas sublimar aspectos que possam contribuir para uma melhor conscientização através de debates sobre conceitos e valores sociais, políticos e econômicos, priorizando linhas de raciocínio, capacidade argumentativa e visão crítica dos alunos. Claro, sem esquecer o "conteúdo didático pedagógico".
      Lembro também, que trata-se de uma ótima oportunidade de colocarmos em pauta a Lei 10.639/03 que  versa sobre a educação das relações étnico-raciais e o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana  nas escolas. Vamos lá!

MISSISSIPI EM CHAMAS     

Sinopse:
      
      1964, e no imprevisível e turbulento sul dos Estados Unidos, uma onda de violência e perseguição está para começar, deixando o país terrivelmente abalado.
      Três jovens trabalhadores pelos direitos civis – dois brancos e um negro – desapareceram numa estrada do Mississipi, detonando uma das maiores investigações da história do FBI.
      Gene Hackman é o ex-delegado sulista Rupert Anderson. Willem Dafoe é o agente supervisor Alan Ward – dois homens do FBI com histórias diferentes que unem suas forças para resolver um caso praticamente indecifrável. Um caso que desencadeou tamanha controvérsia que chocou o mundo. Dirigido por Alan Parker, Mississipi em Chamas é uma forte descrição de um tempo que viu igrejas serem queimadas, pessoas aterrorizadas e a luta pela causa dos direitos humanos acarretar uma onde de assassinatos.


Questões Propostas:

1. No início do filme, a imagem de um bebedouro. De um lado para brancos, do outro para negros. Em outro momento, em um restaurante, novamente, um setor para brancos, outro para negros. Faça uma interpretação dessas imagens. O que elas transmitem?

2. Ao longo do filme, uma série de incêndios é deflagrada pelos brancos contra as igrejas e casas dos negros. Faça um comentário sobre essa atitude.

3. Um personagem histórico, chamado Martin Luther King, é citado no filme. Quem foi? O que defendeu? Pesquise e faça uma breve biografia do mesmo, acrescentando uma opinião sobre sua atuação.

4. Num determinado momento, uma personagem do filme, fala da existência de duas culturas. Uma cultura branca e uma cultura de cor. Em sua opinião, o que ele procura justificar? Cidadania é para todos ou para alguns segundo suas culturas?

5. Outra entidade é mencionada no filme, a NAACP. Pesquise o que significa e o seu papel na sociedade norte americana. No Brasil, há entidades que defendem os mesmos princípios?

6. Há uma piada envolvendo os negros e o esporte beisebol. No Brasil também há piadas ou expressões de cunho racistas? Você conhece alguma? Qual? Você entende que essas piadas são provas do preconceito racial em nosso país ou apenas brincadeiras sem intenção discriminatória? Explique!

7. O filme é ambientado nos anos sessenta do século passado. Menos de cinqüenta anos atrás. Os negros nos Estados Unidos não tinham direitos civis (tirar título de eleitor, votar e ser votado e usufruir da democracia, por exemplo). Leis de igualdade racial foram promulgadas. Mas, atenção para essa afirmação mencionada no filme:
            “Só sei que temos 5 mil pretos neste município que não votam. E nunca votarão!
Portanto, uma coisa era a lei, outra era a realidade. No contexto do filme, estabeleça a diferença! No Brasil, ocorre o mesmo? Explique!

8. Explique a passividade dos negros diante das constantes agressões dos brancos, e até mesmo a resistência em lutar pelos seus direitos. Depois diga: há situação similar no Brasil? Dê exemplos!

9. Numa passagem do filme, uma personagem que faz o papel de esposa de um policial faz o seguinte comentário:
            “A gente não nasce com ódio, ele é ensinado. No colégio eles ensinam que a segregação está na Bíblia. Gênesis 9, versículo 27. Aos sete anos repetem tantas vezes que você acaba acreditando. Você acredita no ódio, respira o ódio. Você se casa com ele.”
a) Consulte a Bíblia e transcreva a passagem citada.
b) Perceba a presença de crianças em determinados atos (comícios, manifestações, etc) ao longo do filme e comente levando em consideração o que diz a personagem. Você concorda com a afirmação? Justifique sua posição.
c) Agora conclua: A citação da Bíblia justifica a discriminação em nome de Deus? Por quê?

10. Os personagens centrais do filme são dois agentes do FBI. Pesquise o que é o FBI e responda se existe no Brasil um órgão equivalente.

11. A presença da imprensa no filme é constante. Você sabe dizer quais são as modalidades de imprensa existentes? Destaque o papel da imprensa na cobertura do caso tratado no filme. Agora, responda: Faça algumas considerações sobre o papel da nossa imprensa.

12. Analise os seguintes depoimentos dados por moradores à imprensa:
Depoimento 1
Pergunta: “Como acha que os negros são tratados aqui no Mississipi?
Resposta: “São tratados com justiça. Tão bem quanto eles merecem. Eles não são como nós. Não tomam banho. Fedem. Eles... eles não nojentos. Simplesmente não são como os brancos.
Depoimento 2
Se me perguntar, digo que os pretos foram maltratados por muito tempo. Dizem que temos que comer juntos e usar os mesmos banheiros dos pretos. É difícil para algumas pessoas do Mississipi fazerem isso.
Depoimento 3
Acho que Martin Luther King é um dos líderes. O J. Edgar Hoover disse que ele é comunista. Disseram que tinham provas, mas não sei com certeza. Mas é o que dizem.
Depoimento 4
Se todo o serviço secreto não pode proteger o presidente dos Estados Unidos como vamos conseguir proteger alguns poucos negros? Digo que foram (os assassinos) alguns vagabundos brancos cheios de bebida vagabunda...” (Prefeito)
Depoimento 5
Pergunta: “O senhor é o porta-voz dos cavaleiros brancos da KKK?
Resposta: “Sou um homem de negócios. Também sou do Mississipi e americano. Estou cansado da maneira como estamos tendo nossas idéias distorcidas por vocês da imprensa. Por isso, vamos esclarecer uma coisa. Não aceitamos os judeus porque eles rejeitaram cristo. O controle que eles têm dos cartéis dos bancos são a raiz do comunismo. Não aceitamos papistas porque eles reverenciam um ditador romano. Não aceitamos os turcos, os tártaros, os mongóis, os orientais ou os negros. Estamos aqui para proteger a democracia anglo-saxônica e a América.

a) Interprete o primeiro depoimento.
b) Interprete o segundo depoimento.
c) Terceiro depoimento: Você já pesquisou sobre Martin Luther King. Agora faça uma pequena biografia de J. Edgar Hoover para saber de quem se trata.
d) Comente o quarto depoimento.
e) Com base no quinto depoimento, vamos trabalhar conceitos. O que significa comunismo? O que é a América Anglo-Saxônica?
f) Ainda, segundo o quinto depoimento. Pesquise sobre os turcos, tártaros e mongóis e que regiões habitam. Que povos seriam os orientais e que continente habitam?

13. No início do filme, são feitas referências à Ku Klux Klan. Fotos são mostradas e uma espécie de hino é cantada pelo integrante do FBI.
            “Escutem seus comunistas, negros e judeus. Digam para os seus colegas espalharem a notícia. O dia do julgamento final está próximo. Pois o senhor, em sua sabedoria olha do firmamento. Terá perdido sua batalha misturando as raças. Queremos bebês lindos. Mas não com rosto marrom. Nunca, nunca, nunca eu vou deixar. Pois a Ku Klux Klan está aqui para ficar.
            No quinto depoimento é mencionada a sigla KKK. Significa Ku Klux Klan. Reflita sobre o discurso de um integrante da Klan reproduzido no filme.
            “Pergunte a eles se querem salvar este país do ataque da integração. Eles querem colocar crianças brancas e negras nessa mistura de raças da integração de onde vai sair um aglomerado de mulatos, um bando de vira-latas! As duas raças serão destruídas. Eu, por mim juro por Deus, prefiro morrer a ceder um centímetro para esse tipo de movimento na América.
a) Você já tinha conhecimento dessa organização?
b) O que é a Ku Klux Klan e o que prega?
c) Como os seus membros se apresentam no filme?
d) Como você interpreta a canção e o discurso acima?
e) Por fim, faça uma crítica às atitudes deste grupo.
f) Freqüentemente o Brasil é apontado como exemplo de miscigenação racial bem sucedida, a chamada “democracia racial”. Você acredita que realmente vivemos numa democracia racial, ou seja, não há preconceito no Brasil? Justifique sua posição.

14. Durante a passeata de protesto contra os assassinatos, um policial tira as bandeirinhas das mãos dos ativistas. Como você interpreta tal ação? E já que observamos tal ato do policial, faça uma reflexão sobre o papel da polícia no filme e uma crítica a respeito. No Brasil, você acredita que polícia age de forma justa e imparcial ou discriminatória? Justifique seu pensamento.

15. Faça um comentário sobre o papel da mulher ao longo do filme, independente de sua cor.

16. Leia a seguinte sentença judicial proferida no filme:
            “Neste país, a casa de um homem é o seu castelo. Este é um dos princípios pelos quais esta comunidade sobrevive. Vocês violaram esse princípio. Mas quero que saibam que o tribunal compreende que seus crimes foram de alguma forma, provocados por influências externas. Os forasteiros têm vindo para o município de Jessup e há pessoas de moral duvidosa e anti-higiênicas. A presença deles provocou muita gente. Por isso o tribunal compreende, sem concordar com eles que os crimes pelos quais declararam-se culpados foram provocados por forças externas. Por isso darei um sentença leve. Eu sentencio cada um a cinco anos de prisão. Mas vou suspender estas sentenças.
a) Onde está a justiça nesta sentença? Explique.
b) E no Brasil? Há justiça? Por quê?

17. Após essa sentença, um novo discurso é proclamado em um comício.
            “Eu amo o Mississipi. Eles odeiam o Mississipi. Eles nos odeiam porque somos um exemplo brilhante de segregação bem-sucedida. Estes estudantes do norte, com seus chefes ateus e comunistas que vieram a nossa comunidade para destruí-la essa semana sofreram um terrível golpe. Esta semana sua causa foi derrotada. Esses federais que vocês viram se imiscuindo em suas vidas aprenderam que são impotentes diante de nós se cada cristão anglo-saxão se unir. Os tribunais do Mississipi lembraram a eles que não podem transformar nossas comunidades em comunidades iguais às deles. Comunidades onde os negros se revoltam, impunes como fazem no Harlem [Nova York] ou como fazem em Oackland ou como fazem nas ruas de Chicago!
a) O que você entende por segregação bem-sucedida segundo o discurso?
b) Pesquise: Há algum outro exemplo de segregacionismo na história? Comente a respeito.

18. No funeral do ativista negro assassinado, é proferido o seguinte discurso:
            “Eles querem que eu diga que dois rapazes brancos também morreram tentando ajudar os negros. Eles querem que eu diga que choramos com as mães desses dois meninos brancos. Mas o Estado do Mississipi não permite que esses rapazes sejam enterrados no mesmo cemitério que este menino negro. Eu digo, não tenho mais amor para dar. Hoje, só tenho raiva no meu coração e quero que vocês sintam raiva comigo! Estou farto, exausto e quero que vocês fiquem fartos e exaustos! Estou farto e exausto de ir a enterros de homens negros foram mortos por homens brancos. Estou farto e exausto de pessoas deste país que continuam a permitir que estas coisas aconteçam. O que é “direito inalienável” se você é negro? O que significa “igual tratamento diante da lei”? O que significa “liberdade e justiça para todos”? Agora eu digo a estas pessoas, olhem para este jovem e verão o rosto de um homem de cor, mas se olharem o sangue, é vermelho! É igual ao seu. É exatamente igual ao seu!
a) Incorpore a situação presente e comente os sentimentos expressados no discurso.
b) Procure responder as perguntas formuladas no próprio discurso.
c) Se transportarmos essas perguntas para o Brasil atual. Há fundamentos nestes questionamentos também? Explique.

19. Leia a seguinte passagem no final do filme:
            "Ele era culpado. Qualquer pessoa que vê isto acontecer e ignora é culpado. Não... ele era culpado sim. Tão culpado quanto os que puxaram o gatilho. Talvez todos nós sejamos."
a) Você concorda ou não sobre a visão de que talvez todos nós sejamos culpados pela discriminação racial? Por quê?

20. Vários lugares são mencionados ao longo do filme: Birmingham, Montgomery, Selma, Nova York, Oackland, Chicago, o próprio Estado do Mississipi. Consulte um atlas, faça um mapa dos Estados Unidos e localize os lugares citados.

21. O filme é baseado numa história real. Consulte o Google na internet e consulte os dados verdadeiros como, por exemplo, o nome dos três ativistas defensores dos direitos civis assassinados, o verdadeiro local onde ocorreu o crime, os verdadeiros envolvidos nos assassinatos e as punições, etc.

OUTRAS SUGESTÕES:


ASSASSINATO NO MISSISSIPI

Sinopse:

Para eles, vencer o racismo era mais que um ideal. Era uma questão de vida ou morte.
Mickey e Rita são jovens, idealistas e brancos. Mas estamos na América de 1964, no Estado do Mississipi, o mais violento dos estados racistas do Sul. Eles vêm de Nova York para colaborar com a campanha de registro dos eleitores negros do Estado, e são destacados para trabalhar com James, um líder negro local. Mas James, além de não concordar com a estratégia de resistência passiva de Mickey em relação à violência, também não acredita que um casal de brancos do Norte possa resolver o problema da sua comunidade. Cedo eles vão perceber que não há outro jeito a não ser luterem juntos pelo seu ideal. E pela sua própria vida.
Baseado em acontecimentos reais da “Primavera da Liberdade”, quando o movimento pelos direitos civis dos negros dos Estados Unidos ganhou força e gerou reações violentas que tiveram resultados trágicos.

Observação: Os acontecimentos narrados neste filme foram os motivadores do filme anterior Mississipi em Chamas. Portanto, as ações dos ativistas e seus assassinatos são as premissas para as investigações realizadas no filme em destaque dirigido por Alan Parker. Logo, seria interessante assistir aos dois filmes numa seqüência.


UMA HISTÓRIA AMERICANA
Sinopse:

            Era uma época em que todos faziam o esperado. Elas tiveram a coragem de fazer o que era certo.
            A violência do preconceito racial causa um boicote aos transportes por parte da comunidade negra. Uma aristocrata decide, por conveniência, ajudar sua empregada. Porém seu marido a proíbe. Mas, essa imposição faz com que as duas se unam ainda mais. A resistência pacífica que exercem é um retrato autêntico e comovente das mudanças que sacodem o mundo no fim da década de 50. É impossível não se emocionar.


MALCOLM X

Sinopse:

            Ele nasceu Malcolm Little, em Omaha, 1925. Viu seu pai ser assassinado pela Klu Klux Klan. Sua mãe internada num hospício.
            De vigarista, gigolô, ladrão e traficante tornou-se autodidata brilhante, muçulmano fanático, denunciador do racismo e humanista internacional.
            Durante as décadas de 50 e 60, Malcolm X foi o representante dos desejos e sonhos dos negros, lutando pelos direitos humanos. Quando se tornou adepto da tolerância, foi assassinado, aos 39 anos, em Nova York. Um filme apaixonante, baseado numa história real, com um brilhante elenco.
 
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